Os brasileiros de minha geração aprenderam de maneira sofrida que cantar os símbolos de nosso Brasil era algo extremamente ligado ao ufanismo propagado pelos defensores do período mais triste de nossa história recente que perdurou 30 anos e nos deixou sob o comando dos militares e sob inúmeras proibições e perseguições.Para nós é impossível não lembrar este período onde gênios de nossa música como Caetano Veloso e Gilberto Gil foram expulsos do país e que Chico Buarque buscou voluntariamente o exílio, e fizemos muita pirraça na praça e depois de três décadas retomamos o caminho da liberdade.Desde então tem sido difícil reincorporar o prazer por ouvir nossos hinos, admirar nosso escudo, nossas cores e vimos aos poucos rompendo (não sem dor) com este sentimento que nos afastou de nossos símbolos nacionais. Um primeiro movimento tem sido desde a redemocratização do Brasil e a incorporação das palmas ao final dos cantos coletivos do hino nacional. Isso nos parece uma forma de desforra.Mas ao chegar aos ouvidos o doce trabalho de um cantor, ou melhor, de um menestrel do nordeste brasileiro chamado Eliezer Setton no formato CD chamado “Hinos à Paisana”, feito sob apoio do SESC Alagoas, algo brotou dentro do peito e tornou-se impossível ouvir este cd repleto de nossos hinos ufanistas sem nos emocionar e acompanhá-los a plenos pulmões.Eliezzer Setton dá cor, brilho e devolve-nos a alegria de sermos brasileiros e podermos desfrutar de tantos belos hinos. Os ritmos que ele agrega aos hinos são os nossos mais queridos por toda nossa gente, sua voz forte de homem nordestinos nos toca a alma e faz com que passemos a redescobrir o amor que temos pelo Brasil.Salve este menestrel das alagoas que redescobre o Brasil e arrasta atrás de seu canto uma multidão louca de vontade de gritar bem alta para o mundo todo ouvir o quanto amamos nosso Brasil.Paulo Gonçalo dos SantosHistoriador / Pesquisador de MPBpaulogoncalo@uol.com.brAndre L. M. MenezesRevisão Afetiva
Se Papai Noel existe?Claro que existe! Nunca duvidei disso, mesmo que eu ache que ele seja um funcionário temporário a serviço de Papai-do-Céu, no rush do fim-de-ano.Claro que eu prefiro o mandacaru ao pinheiro e veja nos Reis Magos três vaqueiros aboiando Sertão.Claro que eu quero o Natal o ano inteiro, com fartura e verdadeiro, pleno de paz aos bons de coração.Claro que eu penso que o amor e o bom senso hão de reinar pra gente ser feliz.Claro que eu amo o meu País!E foi amando e cantando o meu País que eu botei meu sapatinho na janela do quintal.Aí veio Paulo Gonçalo, pra mim Paulo Noel, postar, me emocionando, meu presente de Natal.
Eliezer Setton esculturado no palito por Arlindo Monteiro.
Agenda da Caixa 2009
"Não há quem não morra de amores pelo meu lugar" é o tema de Alagoas na Agenda 2009 da Caixa Econômica Federal, com uma tiragem de 300.000 exemplares.
Eliezer Setton concede entrevista ao "Esporte 24 horas" OUÇA A ENTREVISTA CLICANDO NA IMAGEM
Clubes alagoanos são inspiração para canções de Eliezer Setton
Ventos do nordeste
Algo a respeito de "Ventos do nordeste", por Arriete Vilela, Gonzaga Leão e Luiz Sávio de Almeida
"O canto poético de Eliezer Setton é rendilhado de símbolos vivos , dinâmicos e sensuais: o folclore, a natureza e o amor. Há uma pulsão criadora/criativa que faz deste CD uma das maiores realizações na área musical alagoana e - por que não arriscar? - brasileira.
Mas não é só Eliezer que está de parabéns, somos todos nós, sobretudo os da terra, que nos orgulhamos do trabalho deste artista comprometido com o melhor em termo de música e de poesia.
Assim, parafraseando uma de suas canções, podemos afirmar que não há quem não morra de amores pelo talento e, consequentemente, pelas composições de Eliezer Setton." Arriete Vilela
"Meu caro Eliezer, não tenho dúvida de que aonde você quis chegar, chegou. A começar pelo gênero de música que você escolheu - tema e linguagem - , nas suas composições, presente e completo está o homem nordestino,fabuloso na sua história, cinzento no seu destino e colorido na alegria do seucanto. " Gonzaga Leão
Setton escreve com sons uma crônica das Alagoas e do Nordeste. Ele toma as raízes e dá a linguagem da atualidade. Desse modo, a música e a poesia trabalham com nossa identidade, uma espécie de mistério do qual, sem dúvida, ele consegue mergulhar." Luiz Sávio de Almeida
Oração do forró - Algo a respeito do todo por Anselmo Melo
Oração do Forró estabelece uma espécie de síntese na discografia do forrozeiro. Por certo não é seu disco mais telúrico, cracterística esta que dá a "Ventos do Nordeste", (P)2000 - Rob Digital, ares de imbatível no quesito nordestinidade. Não que isso seja demérito, pelo contrário, o que se precebe agora, nesta declaração de amor aos rítmos nordestinos, é um artista de personalidade mais lírica e plural, menos telúrico e mais universal, sem perder de vista as raízes. A pluralidade do atual trabalho é visível, mais no plano do conteúdo que da forma. Metáfora rara e rica sobre o sofrimento amoroso; romantismo sanfonado, tão suave quanto balançoso; bom humor e irrreverência coexistem com o telurismo e alagoanidade marcantes do compositor.
Apesar da feliz e oportuna incursão pelo lirismo sentimental, é na linha metaforró que o artista se supera mesmo e ombreia com o que há de melhor no cancioneiro popular nordestino, assegurando presença em qualquer antologia que se preze da nossa música regional. O rítmo e o jogo de onomatopéias potencializam a qualidade vocal do cantador. Na faixa tírtulo, espécie de profissão de fé de forrozeiro, Eliezer Setton arrisca uma das mais fervorosas declarações de amor ao arrasta-pé, ao tempo em que, música a música expõe perfeita e hamoniosamente o cantar e falar regionalizado nordestino, como fizeram e fazem Gonzagão, Jackson, Dominguinhos, Alceu e Antônio Nóbrega.
No mais é ouvir e conferir.
Anselmo Melo (Professor de Literatura)
Ao coração auriverde de Eliezer Setton (homenagem de um fã)
O nosso Brasil se vale
Dos Hinos seus à paisana
E nada lhes equivale,
Urdidos qual filigrana.
Despiu, dos Hinos, a farda,
Sem manchar-lhes a patente,
Inovou, salvaguardou,
Arauto audaz e valente!
Louvou o povo e a história,
Com civismo imaculado,
Cantou a terra e a glória,
Hinos, canções e dobrados.
Dos nascidos neste solo,
Gravou no peito a buril,
Com seu brado retumbante,
Forte amor pelo Brasil.
Eis que nova estrela surge,
Ao poeta um galardão,
Como passe de magismo
No brasileiro pendão.
Canto de amor, oração,
Civismo intenso que emana
Do coração auriverde,
Dos Hinos seus, à paisana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário